quinta-feira, 3 de junho de 2010

Chamego

Ela embrulhada no edredom xadrez

Qual presente, ali deitada, por volta das seis


Dormiu no meio do filme

Sentiu ciúmes do sonho que teve com nós dois

Eu disse: “Deus me livre!”

“Volta a dormir, meu bem, me conta teu sonho depois”


Eu sentado ao lado e ela acorda de vez

O espelho do armário expõe sua nudez


Ela me pede um fino

Pergunta que horas são e diz que tem que trabalhar

“Mas hoje ainda é Domingo”

E o trabalho todo era da cama levantar


E trança a perna em mim

Pedindo preu fazer cafuné

E passa o dia assim

Lutando pra não ficar de pé


E o dia chega ao fim

Me pede pra passar um café

“Mas, é claro que sim!”

Tem mais amanhã, se Deus quiser.


(Yussef Kalume)

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