quarta-feira, 2 de junho de 2010

Não bato na madeira

Não bato na madeira

Já sou um tronco morto

Hoje só bato na pedra

Pra ver se fico torto


E bato a pedra na a água

Pra ver se a água fura

E jogo a água no fogo

Pra ver quem é que dura


Não bato nem que ela queira

Nem com madeira.... Nem morto!

Parecia que era feira

Tantas rameiras no porto


E amei com tanta mágoa

Que d’água o peito fura

Chorei, até joguei praga

Fiz bem mais de mil juras


Quem é que não almeja

Pro mal do amor, uma cura?

Nem médico, nem igreja

Talvez a sepultura


Quem vai vencer a peleja?

Quem crer a essa altura?

Para que a regra não exceda

A gente pega e fura.



(Yussef Kalume)

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