quinta-feira, 3 de junho de 2010

A Costela e o Barro

Se somos feitos de barro

Por que não somos pedra?

Um jarro cheio de dor

Não vale mais que um vaso de merda


O barro chora e reclama

Quando se vê na lama

Pelo amor duma costela


Acende uma vela

Enxerga-se nela

Sonha em ser duro

Mas é só cera da terra


Quem firmou esse muro?

A quem favorece essa regra?

“O maior amor do mundo

É uma beleza que se mostra às cegas”


Por que está tudo escuro?

Não havia eu acendido uma vela?

Sendo assim, deito e durmo

Aguardo o furto d’outra costela.


(Yussef Kalume)

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