quarta-feira, 2 de junho de 2010

Levada

Vem ser levada no meu colo

Que eu te molho, colo e elevo

Me revelo, melo e esfolo

Deito e rolo, embolo, sumo dentro


Vem juntar tua causa ao movimento

Somos 100% vento e asas

E amar comigo em passos lentos

Sem discernimento de corpo ou casa


Me abraça e abrasa, que te esquento

Enterra-me no teu corpo, em cova rasa

Vamos transgredir o espaço e o tempo

Seremos pesquisados pela Nasa


Vem, menina, e seja bem levada

No nosso quarto, terço, meio, inteiro

Teu corpo no meu colo, meu puteiro

Num porto onde só há minha jangada


Vem romper uma nova madrugada

Sem julgamentos e nem juramentos

Cada encanto tem o seu momento

Todo momento tem o seu espanto


E este colo que te dou por canto

Ornado para o teu aconchego

Exclui de mim qualquer vestígio santo

Põe-me a imaginar tantos chamegos...


(Yussef Kalume)

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