quarta-feira, 2 de junho de 2010

Chorando a seco

Eu grito calado

Com os dentes serrados

E também com os olhos

Agoniado


Um grito com dor

De faltar espaço

E choro a seco

Sorrindo ao teu lado


Sim, choro cantando

Berro quando aplaudo

E abro em meu peito

Um infinito buraco


Às vezes me cuido

Às vezes me largo

Horas em que uivo

Noutras em que lato


Minha garganta, firo

O meu coração, rasgo

O som dum suspiro

Vale bem mil tornados


Se sopro é vida

Aos poucos me mato

Com o ar de idas e vindas

Pelo peito é arfado.


(Yussef Kalume)

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