quarta-feira, 2 de junho de 2010

Noites Brancas

Me sinto só

Me deixa só

Arranca este pó

Da minha carranca


Eu não tenho dó

Mas eu sinto dor

Feito o sonhador

Em Noites Brancas


Me sinto só

Triste como Jó

Tira este nó

Da minha garganta


Eu já sei de cor

Tudo torna ao pó

E amargo qual jiló

Já nem me espanta


Ânimo em viajar o mundo

E ainda ser anônimo

Tempo pra conhecer a fundo

E me manter atônito

Um tagarela mudo

Um “misantropo cômico”

Num giro supersônico


Me sinto só

Me deixa só

Arranca este pó

Da minha carranca


Eu não tenho dó

Mas eu sinto dor

Feito o sonhador

Em Noites Brancas


Me sinto só

Triste como Jó

Tira este nó

Da minha garganta


Eu já sei de cor

Tudo torna ao pó

E amargo qual jiló

Já nem me espanta


Criar ‘ma reserva de ar puro

Num bonsai amazônico

Transportar prum pequeno furo

O Oceano Atlântico

Um rebuscado chulo

Um sacerdote tântrico

Num amante platônico


Me sinto só

Me deixa só

Arranca este pó

Da minha carranca


Eu não tenho dó

Mas eu sinto dor

Feito o sonhador

Em Noites Brancas


Me sinto só

Triste como Jó

Tira este nó

Da minha garganta


Eu já sei de cor

Tudo torna ao pó

E amargo qual jiló

Já nem me espanta


(Yussef Kalume)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Complete...