quinta-feira, 3 de junho de 2010

Ódio ao Passado e uma Ode ao Porvir

Tempo que não volta

Temo, atento, tanto tempo

Que passou e tento

Fazê-lo mudar


Tempo que difama a história

Polui a memória

Chama-me de escória

E me faz chorar


Tempo, que me foi escada

Que me foi abismo

Que viu o cinismo

Clamar por verdade


Viu passar minha idade

Ficar mais sabido

Mudar não é permitido

Por favor me mate


"O que aqui se faz

É aqui que paga"

O que já se fez

Ninguém mais apaga


Muda o passado

Que é tão maldito

Estou arrependido

Estou apaixonado


Se o que já fui

Vem-me como fardo

Vou rumo à cova

Sem sair do parto.


Avante amor,


Vamos mudar o rumo desta nossa vida

Dar um grande "adeus" a quase toda a despedida

Fazer do abraço, um bom remédio para a dor

Ver a grandeza desta história ser mantida.


Acordar, inda poder viver o sonho

Ou perceber: não foi um sonho, mas verdade

Deixar o amor acompanhar a nossa idade

Por isso tudo, minha mão, no fogo, ponho


Ver o sorriso assassinar o olhar tristonho

Tornar a nudez a nossa grande vaidade

Rodar o mundo e ter o mundo pela frente

Surpreender-nos, dia-a-dia, mais um pouco


Serás velhinha e, mesmo assim, ficarei louco

O tempo é coisa que quase não se sente

Enquanto puder contemplar-te em minha mente

E a gente superar a tudo que é sufoco.


(Yussef Kalume)

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