Tua frieza traz-me um certo desconforto
Corpo a corpo, pouco a pouco, quase louco
Delírio em sonho torto de criança
Corpo solto, corpo envolto em plena dança
Com outro olhar teria calafrio
De tão frio o corpo na cama se lança
Me alcança o cheiro forte do teu cio
Desconfio, então, do corpo que descansa
É sempre assim: após a dança dorme
Apaga como quem chega de porre
Toda minha loucura por um fio
O amor, porém, é algo que não morre.
És assim tão fria, mas te amo
Tão pouco me incomoda a palidez
Conheço bem o teu corpo sob o pano
Já te olhei por dentro uma vez
Se me deixares, sei, haverá outro
Bando de vermes! Só querem te comer
Fica aqui comigo mais um pouco
Pro teu íntimo, compreender
Abra o teu peito por enquanto
Quero, sobre ti, algo escrever
Algumas linhas, só mais alguns pontos
De vista não pretendo te perder
(Yussef Kalume)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Complete...