Todos falam do São Jorge na lua
Mas ninguém enxerga o coelho
O olho, já não chora, sua
Só notam quando está vermelho
Todos vêem o coelho na lua
Mas ninguém enxerga nela o feto
O São Jorge, o coelho e a lua
Compartilham o mesmo teto
Todos falam do homem na lua
Mas não da lua na mulher
Só falam, dela, quando nua
Só notam quando sobe maré
E o feto continua na lua
Ninguém sabe de sua mãe
O olho já não chora, sua
Só notam quando uivam os cães.
(Yussef Kalume)
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