Dormiu agarrada em mim
Como um filhote de tamanduá
Que acordou já bem crescido
Dando um abraço pra matar
E com um ar, assim, metido
A pobre tamanduá
Vendo seu nariz comprido
Pensou ser uma aliá
Mantendo o nariz empinado
Diante do amado invisível
Não lembra que dormiu ao seu lado
Diz, dele, ter esquecido
Sem lembrança e arrogante
Com um nariz um tanto rígido
Cadê a memória de elefante?
E sua tromba flexível?
Pra que me pisar assim?
Já que és uma aliá
Mostra-me o teu marfim
Ao invés das unhas ao abraçar.
(Yussef Kalume)
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